Seus corpos voltam a se encontrar, o beijo quente dele faz seu corpo se contorcer.
Ela tenta levantar, ir por cima dele, tomar as rédeas da interação. Ele lhe força a ficar deitada, imóvel, ele quer dominá-la. Hoje só ele dará prazer, só ele verá seu rosto demonstrar um tesão incontrolável, hoje ele quer ela submissa, imóvel, porém desfrutando de todo carinho que lhe será destinado.
Ele arranca sua blusa, tirando seu sutiã, e, com os dentes, rasga sua calcinha. Sua saia já estava no chão antes mesmo de irem para a cama.
Ele põe a boca em seu sexo, sugando seu sabor, ela grita, sente vontade de chorar, é muita alegria.
Ele lhe aperta, morde todo seu pescoço e pára em seus seios. Ele agarra suas glândulas mamárias enquanto cai com a boca em seu corpo.
Ela geme, esperneia, pensa que não merece tanto prazer. Ele sabe que ela merece, que ela o leva para céu e para o inferno, dependendo da situação e época em que se encontram, pois eles sempre se encontram.
Ele tira a roupa, e tenta penetrá-la. Ela dificulta, ainda não quer ele dentro de si. Ela quer apanhar, ela implora para ser machucada, sentindo a inexplicável fusão de prazer com dor.
Ele a vira de bruços na cama, e lhe bate, com as mãos já vermelhas, ele deixa suas nádegas arroxadas, ela goza, o lençol se encharca, ele se satisfaz com seu gozo, deitando por cima dela, colocando seu peso e seu calor em suas costas.
Ela se desencadeia do enlace em que se encontrava, deixando-o imóvel na cama. Ela passa sua língua sedenta por todo seu corpo, apertando sua carne e ouvindo-o gemer. Ele a odeia desesperadamente e a ama inconscientemente.
Sua boca suplica pela boca dele, seu corpo pede o dele, ela está por cima, rebolando até atingir seu objetivo: o encaixe perfeito, tomado de gozo e suspiros do seu início ao fim.
Encaixados, agora os dois dançam, embalados em favor do prazer. Ela sabe o ritmo, sabe o que fazer, ele admite para si: “só ela conhece o ritmo certo, só ela sabe a sincronia”, ela na verdade, sabe tudo sobre seu modo de fazer sexo.
Ao invés de palavras, gritos; ao invés de beijos, mordidas; no lugar de abraços, apertos; já não existem mais toques, apenas tapas. Esse é o sexo deles, esse é o embalo, é assim que gozam juntos, agarrados, gritando, exalando suor enquanto ela morde e lambe sua orelha e ele acaricia seu clitóris com força, intensificando seu orgasmo.
Foram horas de amor inconseqüente, os corpos não se agüentam mais, eles estão atirados na cama, agora conversam sobre tudo, dão as mãos, se acareciam, trocam beijos suaves. A paz reina, até o momento em que ele faz uma irreversível afirmação:
-Essa foi nossa bela, gostosa, marcante e ÚLTIMA VEZ!!!!!!!!
O mundo pára. Ela sente o sofrimento de seu coração impiedosamente. Tudo dói, o que antes era gozo, agora são lágrimas, ela não fala nada, apenas concorda: Última vez!!!, Última vez!!!, a palavra ÚLTIMA transcende, na mente dela, o significado que ele lhe passou.
A pronúncia dessa palavra libera um sentimento que até então estava aprisionado: a raiva, a mágoa retraída, o passado de pecados, o filho deles que ela perdeu e que ele jamais soube da existência.
A palavra última soa nitidamente: Nossa última vez!!
Ele não sabe que será sim, a última vez, dos dois!!! Depois desta noite eles não se encontrarão mais...
Ela beija sua boca pela última vez, lhe dá um último abraço, enquanto ele luta contra o sono, ela pensa...
Ele adormece, ela pensa, seu sono fica mais pesado, ela pensa. Ela abre sua bolsa: um fósforo.
Ela abraça ele mais forte, o prendendo, e acende o fósforo.
Ela toca um pouco de fogo que se fez, na cama, sobre o lençol deles. Ele se bate, sente calor, ela o aperta, tranca a respiração e sente intensamente esse calor sufocante da ÚLTIMA VEZ!!!!
Um forte abraço e até em breve tem mais Nina Dionysio.
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